domingo, 27 de fevereiro de 2011

O Livro da Vida

A vida é como um livro que escrevemos cegamente. Cada etapa da nossa vida é mais um capítulo que não sabemos como termina. Cada página mais uma decisão, cada linha uma nova actituda e cada palavras uma nova vontade.

É um livro em que a capa nós conhecemos mas a contra-capa só é conhecida no final deste caminho de letras.

É um livro que escrevemos por instinto, onde não vemos as palavras, só o seu significado. Um livro em que se nos enganarmos numa página ou numa palavra, não podemos apagar, pois a tinta com que cada um escreve é uma tinta diferente, uma tinta que nada a consegue mudar. É algo que fica sempre marcado, é o passado que marca a maneira como o livro foi escrito.

Eu sou um pequeno livro sobre a história de uma menina, um livro sem relevância ao lado das grandes enciclopédias e dos grandes clássicos. Porém, um livro que pode mudar a vida de quem um dia o poderá ler.

Quando pronto, o livro é colocado numa estante, junto de milhares de outros livros, passando despercebido na imensa biblioteca que é o mundo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

O Velho do Jardim

Passo pelo jardim
E vejo um velho, num banco sentado
Está com ar abatido
Parece tão cansado
É triste,
Que assim tenha de ser
Uma pessoa com idade
Sem ninguém a acolher
Abandonado pela familia
Abandonado pelo mundo
Abandonado por Deus
Bateu mesmo no fundo
Sento-me ao seu lado
E começo a conversar
Pessoa tão simpatica
E com tanto para ensinar
Pela vida,
Por tanto já passou
Muito aprendeu
Mas muito ensinou
Fala da familia
Com os olhos a brilhar
Apesar do abandono
Continua a muito os amar
Nunca os esqueceu
Nem nunca os vai esquecer
Diz que falta pouco
Para falecer
Digo-lhe que é mentira
E para nisso nao pensar
Dá-me a sua mão
E começa a falar
"Nunca te esqueças
Que a vida é para viver
O mundo para sentir
E a familia nunca esquecer
Tens de ser feliz
A todos ajudar
Nao fiques triste
De ti, para sempre, me vou lembrar"
Larga a minha mão
E no banco se deita
Sorri feliz
E os seus olhos fecha
Os olhos são fechados
Para nunca mais os abrir
Pûs a mão no seu coraçao
E deixei de o sentir
É triste
Que assim tenha de ser
Uma pessoa de idade
Sozinha, acaba de morrer
Tantas pessoas
Chegam assim ao fim
Tantas como este velho
Sentado no banco do jardim

Desilusão de Amigos de uma Vida ;s

Nunca pensei
Quem me iam fazer isto
Sou lutadora
Mas hoje desisto
Não consigo aguentar
A dor de ser traida
Ainda por cima
Por amigos de uma vida
Magoaram-se tanto
Nao conseguem imaginar
Nem eu própria que o sinto
O consigo explicar
Nunca me doeu
Tanto o coraçao
Mas traição de amigos
É a maior desilusão
Ao meu lado
Pensei que iam sempre estar
Nunca pûs a questão
De me puderem atraiçoar
Eram quem mais amava
E por isso tanto doeu
Nao vou cair no mesmo erro
Por isso, a pena valeu
Só caio no buraco uma vez
Esta amizade nao se pode reconstruir
Só sei que apesar de tudo
A vossa falta vou sentir
Peço desculpa,
Porque sei que também errei
Raramente choro
Mas hoje, por voçes chorei
Uma coisa tenho a certeza
Digo isto a chorar
Apesar de tudo
Nunca vou deixar de vos amar

"Uma escrava que só sabe amar..."

Passou, olhou e desviou o olhar. Fugiu de se perguntar a si mesma o que queria e o que sentia por ele. Ela olha-o vezes sem conta, olha-o de uma maneira doce e delicada, olha-o de uma maneira que só ela sabe olhar, é uma maneira diferente, é a maneira de quem ama mas nao admite.

Tudo nele serve para a atrair, a sua voz, o seu olhar e o seu sorrir. Ela é como uma escrava do amor, uma escrava que ama mas nao luta, uma escrava que nao sabe o que fazer, pensar e muito menos sentir, uma escrava que só sabe amar.

Quero me mostar ;$

Estrou cansada
De me esconder do mundo
Estou farta
de viver num buraco fundo
Escondo-me atrás de algo
Ou mesmo de alguém
Escondo-me e fujo
Nao conheço ninguém
Falo e ninguém me ouve
Ouço mas ninguém me fala
Nao está ninguém nesta sala
Sala tão pequena
E sem lugar para ninguém
Sala só para mim
Sala sem alguém
Nao sou pessoa
Nao sou um ser
Nao sou nada
Ninguém quer saber
Queria ser livre
E ao mundo puder falar
Queria ter alguém
Ao meu lado, a me escutar
Queria ser chamada
Ser levada em consideração
Queria que se lembrassem de mim
Ser uma recordação
Mas é o destino
Eu ser assim
Presa nesta sala
Sem nunca ver o fim
Volto para o meu canto
Volto a ficar sozinha
Já estou habituada
A nao ter uma vizinha
Vou continuar
A para o nada falar
Vou continuar
A nesta sala chorar